A tradição de fazer repetição de orações ou mantras é uma prática bem ancestral e comum a diferentes tradições com nomes diferentes. Os mais conhecidos são os Japamalas e os Terços que transversalmente se juntam a outros cordões de oração…
Este fim de semana celebramos Beltane com um grupo de Mulheres incríveis.
Honrando a minha ancestralidade beirã, fiz as tradicionais papas de milho doce para honrar a Senhora do Almurtão e a subida da Senhora d’Azenha.
Super simples, solares, deliciosas.
Se quiserem saber mais sobre estas Senhoras e/ou se quiserem a receita das papas de milho doce digam-me e posto aqui, com todo o carinho.
Hoje trago um snack: chips de casca de batata doce.
Poderia ser gourmet, mas não é.
É simplesmente um aproveitamento porque aqui em casa tentamos que nada se perca e tudo se transforme.
As cascas de laranjas e tangerinas são secas para chás e incensos, as águas da chuva apanhadas para regar, os vegetais que se estragam são dados aos bichinhos para que não se atirem às nossas plantas…e por aí adiante.
A simplicidade é para mim uma das maiores curas.
Hoje trago a maçã cozida, não tem receita, não tem segredos.
É simplesmente maçã cozida com pouca água, não leva especiarias, não leva açúcar. Apenas ela e o seu conforto, a sua delicadeza e suavidade num corpo que pede calma e cura.
Leve e fácil de digerir em momentos que o corpo não suporta mais nada ,mas pede nutrição.
Temos muitas coisas boas a fermentar aqui por casa:
Fermento natural, chucrute, Kombucha…
A Kombucha é uma bebida fermentada de chá verde bem doce. A fermentação faz-se através do Scoby e foi descoberta na China perto dos campos de Camellia Sinensis (árvore do chá).
Hoje foi dia de renovar o chá do scoby.
Nos tempos que correm alerta-se muito para uma alimentação saudável e equilibrada como forma de assegurar um sistema imunitário estável e forte.
Deixo aqui um exemplo do “not so fast food” cá de casa.
Hambúrguers de feijão vermelho no forno com batatas fritas e salada.
Os hambúrgueres são feitos a partir de feijão cozinhado previamente em boas quantidades e armazenado no congelador para futuras refeições.
Venho de uma família em que todos sabem ou acampanhavam o fazer do pão. O pão era tão sagrado que ninguém se sentava à mesa se não houvesse pão.
Ele era a certeza de que não havia fome, era a união, as histórias, as zangas, a abundância, acima de tudo era o Amor que prevalece acima de todas as coisas.
Recordo o modo da sopa com pão e o finalzinho da cevada do avô, sempre com o pãozinho. É um sabor que guardo com tanto amor que não cabe no peito e que os genes trataram de passar para o nosso filhote.
O valor de ingerir terra pura era tão grande nas antigas culturas, que até ao meio do século XX, em algumas regiões da Europa, se dava às crianças, anualmente, uma colher de terra. Tinha que ser Terra de um bosque intocado, e não a da superfície imediata.
Sabemos que a grande ausência de minerais vem hoje em dia do empobrecimento do solo, fruto da exploração agrícola agressiva e intensiva.
Em Permacultura aprendi o valor de, quando os legumes vêm de uma boa horta biológica, passar por água sem os lavar demasiado, para que uma parte da Terra seja ingerida com eles, mineralizando-nos.
A semana finda, com a gratidão e reverência de poder guardar sem jamais repetir as tantas e tão profundas histórias que me foram confiadas na intimidade das consultas individuais e dos círculos de práticas.
Histórias contadas em palavras, ou pela voz do corpo, que no seu movimento espontâneo revela verdades profundas e únicas. Descobrem – se dores, para que possam, finalmente, receber o bálsamo da cura.
Começa assim :
Leite de aveia, figo e limão feito em casa, com curcuma com pimenta preta e óleo de côco.
Levanta fervura e desliga.
Numa taça à parte aguardam :
Cacau cru,
Canela, cravinho, Noz moscada, cardamomo, pimenta de cayenne, xarope de tâmaras.
Misturar bem.